CITECS
 
 
 
 
 

Notícias

14/06 Falta de criatividade inibe produção de medicamentos

A falta de criatividade das indústrias farmacêuticas no desenvolvimento de moléculas bioativas inovadas tem direcionado o olhar do mercado para as moléculas desenvolvidas nas universidades. Esta análise foi apresentada pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eliezer Barreiro, durante Ciclo de Conferências do Ano Internacional da Química 2011 sobre “Química medicinal: desafios e perspectivas”, realizado em 8 de junho, no auditório da FAPESP.

 
A crise que acomete as indústrias farmacêuticas diminui a produção de fármacos eficazes para o tratamento de novas e antigas doenças. Segundo Eliezer, enquanto em 2007 foram introduzidas 39 moléculas no mercado, ano passado apenas 15 moléculas bioativas foram lançadas. 
 
Para o professor, as universidades podem ser mais capazes de inovar em química medicinal do que os bem equipados laboratórios industriais. A prova disso é que, as moléculas bioativas mais inovadoras surgidas nas últimas décadas foram desenvolvidas nos laboratórios das indústrias farmacêuticas, mas com base no conhecimento produzido em universidades e centros de pesquisa.
Para Eliezer, o cloridato de propranolol é um exemplo. O primeiro betabloqueador seguro para uso humano, que revolucionou o tratamento da hipertensão, foi desenvolvido pelo escocês James Black no fim nos anos 1950 com base na aplicação de conhecimentos formulados pelos alemães Hermann Emil Fischer e Paul Ehrlich.
Fischer e Ehrlich foram pioneiros na formulação da ideia de que cada molécula tinha um biorreceptor – um alvo específico para uma doença. Com base nisso, Black desenvolveu um molécula quimicamente simples, mas eficiente no tratamento de doenças coronárias e seus sintomas
“A descoberta dessa molécula por Black estimulou outros cientistas a ampliar a família de betabloqueadores. E, hoje, praticamente todas as empresas farmacêuticas presentes no mercado mundial têm um betabloqueador em seu portfólio de medicamentos”, disse Barreiro.
Além do propranolol, o professor da UFRJ citou como exemplos de inovação terapêuticas a cimetidina, também descoberta por Black em 1960 e que permitiu o controle da úlcera péptica; a sinvastatina, lançada em 1979 e voltada para redução dos níveis de colesterol; e o captropil, utilizado para o tratamento de hipertensão arterial, que foi desenvolvido com base em pesquisas brasileiras sobre peptídeos presentes no veneno da jararaca.
Durante sua participação no evento, o professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luiz Carlos Dias, destacou a importância dos produtos naturais para o surgimento de novos compostos químicos.
O próximo evento, com o tema “Biodiversidade & Química”, será realizado no dia 19 de julho, a partir das 13h30, no auditório da FAPESP. Mais informações: www.fapesp.br/eventos/aiq 
Fonte: Agência FAPESP

A falta de criatividade das indústrias farmacêuticas no desenvolvimento de moléculas bioativas inovadas tem direcionado o olhar do mercado para as moléculas desenvolvidas nas universidades. Esta análise foi apresentada pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eliezer Barreiro, durante Ciclo de Conferências do Ano Internacional da Química 2011 sobre “Química medicinal: desafios e perspectivas”, realizado em 8 de junho, no auditório da FAPESP. 

A crise que acomete as indústrias farmacêuticas diminui a produção de fármacos eficazes para o tratamento de novas e antigas doenças. Segundo Eliezer, enquanto em 2007 foram introduzidas 39 moléculas no mercado, ano passado apenas 15 moléculas bioativas foram lançadas.  

Para o professor, as universidades podem ser mais capazes de inovar em química medicinal do que os bem equipados laboratórios industriais. A prova disso é que, as moléculas bioativas mais inovadoras surgidas nas últimas décadas foram desenvolvidas nos laboratórios das indústrias farmacêuticas, mas com base no conhecimento produzido em universidades e centros de pesquisa.

Para Eliezer, o cloridato de propranolol é um exemplo. O primeiro betabloqueador seguro para uso humano, que revolucionou o tratamento da hipertensão, foi desenvolvido pelo escocês James Black no fim nos anos 1950 com base na aplicação de conhecimentos formulados pelos alemães Hermann Emil Fischer e Paul Ehrlich.

Fischer e Ehrlich foram pioneiros na formulação da ideia de que cada molécula tinha um biorreceptor – um alvo específico para uma doença. Com base nisso, Black desenvolveu um molécula quimicamente simples, mas eficiente no tratamento de doenças coronárias e seus sintomas.

“A descoberta dessa molécula por Black estimulou outros cientistas a ampliar a família de betabloqueadores. E, hoje, praticamente todas as empresas farmacêuticas presentes no mercado mundial têm um betabloqueador em seu portfólio de medicamentos”, disse Barreiro.

Além do propranolol, o professor da UFRJ citou como exemplos de inovação terapêuticas a cimetidina, também descoberta por Black em 1960 e que permitiu o controle da úlcera péptica; a sinvastatina, lançada em 1979 e voltada para redução dos níveis de colesterol; e o captropil, utilizado para o tratamento de hipertensão arterial, que foi desenvolvido com base em pesquisas brasileiras sobre peptídeos presentes no veneno da jararaca.

Durante sua participação no evento, o professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luiz Carlos Dias, destacou a importância dos produtos naturais para o surgimento de novos compostos químicos.

O próximo evento, com o tema “Biodiversidade & Química”, será realizado no dia 19 de julho, a partir das 13h30, no auditório da FAPESP. Mais informações: www.fapesp.br/eventos/aiq

Fonte: Agência FAPESP

Instituto de Saúde Coletiva / UFBA
Rua Basílio da Gama, s/n - Canela
Salvador, Bahia - Brasil
CEP 40110-140
  Dengue na Web Elsa Brasil Net Escola (71) 3283-7380