O trabalho intitulado de Efetividade da Vacina Contra Rotavirus na Prevenção de Internação por Diarréia Causada por Rotavírus: um Estudo Caso-Controle foi apresentado em formato de pôster no WHS Regional Meeting – Latin America, em São Paulo 2014, quando foi selecionado entre os cinco melhores pôsteres para ser publicado no Lancet Booklet (New Voices in Global Health 2014), lançado no 6th World Health Summit- Federal Foreign Office realizado em Berlim, 19-24 de outubro 2014.

A pesquisa foi conduzida por Maria Yury Travassos Ichihara (ISC, INCT-Citecs), como parte do programa do seu doutorado no Instituto de Saúde Coletiva (ISC, UFBa) sob a orientação do Prof. Maurício Barreto (Coord. INCT-Citecs) e com a colaboração dos Professores Laura Rodrigues (London of Hygiene and Tropical Medicine), Carlos Teles Santos (ISC UFBa), Maria da Glória Teixeira (ISC, INCT-Citecs), Sandra de Jesus (Instituto Multidisciplinar em Saúde UFba), Sheila Alvim de Matos (ISC UFBa) e José Gagliardi Leite (Fiocruz, RJ).

A diarréia causada por rotavírus (RV-A) é uma das principais causas de hospitalização e consultas ambulatoriais entre as crianças menores de cinco anos. Para a redução da magnitude da morbi-mortalidade causada pelo rotavirus a OMS recomenda o uso de duas vacinas licenciadas: a monovalente (G1P[8]) e a pentavalente (G1, G2, G3, G4 e P8), principalmente em países em desenvolvimento. No entanto, as duas vacinas apresentam variação na eficácia e efetividade entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O Brasil introduziu a vacina oral monovalente contra rotavirus humano (VORH) no calendário de imunização em março de 2006. A Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde considerou prioritária a avaliação da efetividade da VORH no Brasil e, em 2007, assinou convênio com o ISC/UFBa para desenvolver o estudo. O desenho foi caso-controle de base hospitalar, envolvendo 10 hospitais gerais das cinco Regiões brasileiras, utilizando-se o Sistema Nacional de Vigilância da diarréia causada por rotavirus. Informações sobre casos e controles foram coletadas no período de julho de 2008 a agosto de 2011.

Os resultados demonstraram que a efetividade da VORH (duas doses) foi de 76%, cuja proteção dura até dois anos e foi semelhante para os genótipos G1P[8] e G2P[4]. A efetividade para uma dose foi 62%.

Recomendamos a continuidade da VORH no Programa Nacional de Imunização e o monitoramento continuado das cepas de rotavírus para identificação precoce de novos e incomuns genótipos circulantes no país.

Confira os resultados da pesquisa e o artigo na íntegra através do link: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(14)61879-1/fulltext?version=printerFriendly