Criado especialmente para pessoas que tenham limitação motora grave, o EyeTracking é um módulo de rastreamento ocular, que permite capturar o movimento dos olhos de pacientes que  não conseguem se comunicar e utiliza o  globo ocular, ajudando  a se comunicarem de forma alternada. 

Desenvolvido pelos alunos Fernando Almeida e Naila Alves, orientados pelos professores José Garcia Vivas e Noberto Penã, em colaboração do Instituto de Física e o departamento de computação da UFBA, o equipamento e software consistem em duas câmeras webs, que ficam fixadas na cabeça do paciente presa a um gorro. As pequenas câmeras capturam o movimento da Iris de um dos olhos e o espaço de visão do usuário, utilizando avançados algoritmos de visão computacional e rastreamento de objetos que determinam com precisão de 100x100 pixels,  o local ou objeto para qual o paciente está olhando.  

Segundo o pesquisador Garcia para determinados pacientes em estado grave, a única forma de comunicação é o movimento ocular e esta ferramenta, permite controlar o mouse do computador ou até mesmo selecionar sinais de comunicação em uma prancheta. Atualmente, a pesquisa está sendo testada na avaliação cognitiva de crianças com paralisia cerebral, onde utilizando um jogo, que a partir de estímulos auditivos (sons de animais), a criança busca selecionar com o mouse, movido pelo olhar, qual imagem representa o som.

Além de fazer parte da equipe de pesquisadores do Citecs, Garcia é membro do Núcleo de Inovação Tecnológica em Reabilitação (NITRE), grupo de pesquisadores, professores e alunos da Universidade Federal da Bahia que vem trabalhando há cinco anos, no desenvolvimento de ferramentas inovadoras e de baixo custo para auxilio no processo de reabilitação.

“É importante ressaltar que  baixo custo, não implica necessariamente em baixa qualidade. A alta capacidade de processamento dos computadores atuais, unidas a um pouco de criatividade e a larga difusão de tecnologias de alta precisão, como os acelerômetros dos celulares, câmeras de alta resolução, sensores cada vez mais precisos e baratos, têm permitido o desenvolvimento desse tipo de tecnologias, sendo este ponto, o fator de inovação do grupo”, completa Vivas, ao citar o diferencial da criação de programas e softwares com novas tecnologias. 

Garcia também participou na construção do  CvMob um software com licença de código livre totalmente gratuito, que tem como objetivo auxiliar na pesquisa e diagnóstico sobre disfunções que afetem o aparelho motor. Utilizando técnicas de visão computacional o software determina a partir de um vídeo o deslocamento, velocidade, angulação e aceleração de pontos anatômicos previamente marcados nos objetos de estudo. Atualmente consta mais de 1800 downloads do software, o programa é baixado por pessoas do mundo inteiro, com aplicações em diversas áreas, tais como; análise do equilíbrio e marcha em pacientes com fibromialgia, estudo da mobilidade em pacientes de Parkinson, avaliação da reabilitação em paciente hemiplégico, seguimento de animais em cativeiro.

Vivas, em parceria com seu grupo, desenvolveu outros instrumentos de pesquisas para avaliação no processo de reabilitação, no qual são aplicadas as novas tecnologias em pacientes do Sistema único de Saúde (SUS).O NITRE mantém parceria com o Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação de Pessoas com Deficiência (CEPRED), e Centro de pesquisa em neurociências na Universidade de les Illes Balears,localizada na Espanha.   Para conhecer  melhor o programa CVMob, acesse: www.cvmob.ufba.br