Nos dias 27 e 28 de março, o CITECS - Instituto Nacional de Ciência, Inovação e Tecnologia em Saúde reuniu, em oficinas de trabalho, representantes governamentais, renomados pesquisadores brasileiros e internacionais com o objetivo de produzir um projeto de pesquisa sobre o mercado de genéricos no Brasil. A oficina foi uma extensão do Seminário Internacional Tecnologia, Inovação e Equidade em Saúde, que aconteceu no dia 26 de março, e teve como eixo central o Mercado de Produtos Farmacêuticos.

O mercado farmacêutico brasileiro tem apresentado, nos últimos anos, maior crescimento quando comparado a outros países. Em 2010, com um mercado avaliado em cerca de R$ 62 bilhões, o Brasil subiu três posições na colocação global e atingiu a 7ª posição geral. Para 2015, a previsão é de um mercado de R$110 bilhões, onde o país deva assumir a 6ª colocação. A indústria de genéricos, dessa forma, vem crescendo cerca de 20% ao ano, desde 2003, e no ultimo ano bateu recorde de crescimento superior a 30%, e a expectativa são de crescimento ainda maior em 2012.

Diante deste cenário, faz-se necessário um estudo que aprofunde o conhecimento sobre o mercado de genéricos no Brasil, possibilitando auxiliar as políticas de saúde, em especial do setor farmacêutico, a fim de atender aos interesses da universidade, do governo e da indústria e, principalmente, os da sociedade.  “Este projeto objetiva entender como investir nessa dinâmica industrial e conseguir desenvolver a área de genéricos da indústria farmacêutica, a fim de resolver alguns problemas na assistência farmacêutica e melhorar a saúde brasileira”, afirma Sebastião Loureiro, coordenador da oficina e vice-coordenador do CITECS. 

O projeto irá discutir pontos importantes sobre os medicamentos genéricos no Brasil, abrangendo as características de produção, a origem da demanda, os determinantes de acesso e utilização. Além disso, o estudo contemplará um levantamento sobre os objetivos e as estratégias das políticas de regulação e incentivos para a produção e a utilização de genéricos.

Os especialistas internacionais que compuseram o grupo de trabalho foram Maureen Mackintosh (Open University – Inglaterra), Mariana Mazzucato (University of Sussex - Reino Unido), Luigi Orsenigo (University Institute for Advanced Studies – Itália), e Ismael Rafols (University of Sussex - Reino Unido). Além destes, estavam presente Reinaldo Guimarães (UFRJ), Handerson Dourado (diretor de Ciência, Inovação e Tecnologia da SESAB), Luis Eugenio Sousa (PECS/ISC), Sebastião Loureiro (CITECS), Ediná Costa (ISC), dentre outros.